Lilypie Fifth Birthday tickers

terça-feira, 21 de setembro de 2010

A fase dos porquês

Por quê? Mas... por quê?

Toda criança passa por essa fase.
Nós, pais, de uma hora ou outra temos que lidar com uma chuva de perguntas de nossos filhos, como relata bem Adriana Calcanhoto em sua música Oito anos.
Primeiro vamos entender a criança...
A partir dos 2 anos quando as respostas pouco interessam, as perguntas acontecem pelo simples prazer de perguntar, a criança quer conversar, se interessa pelas novas palavras, gosta de ouvir palavras diferentes.
A partir dos 3 anos o porquê muda seu significado. Já que nesta idade, a criança está centrada em si mesma e  não possui capacidade de abstração de colocar-se no lugar do outro. Ela já não aceita a ideia do acaso e assim, tudo deve ter uma explicação. Nessa idade, já conhece muito sobre o mundo, já possui uma percepção global, mas ainda é impossibilitada de se ater aos detalhes, por isso ela se deixa levar pelo concreto do que está ouvindo ou vendo, mas ainda possui muita dificuldade de relacionar fatos, já que seu pensamento ainda está em desenvolvimento.
A partir dos 6 ou 7 anos a criança já começa a entender situações mais abstratas e uma nova fase do "por quê" se modifica, porém nesta fase a criança já possui outras ferramentas para buscar suas respostas e começa a procurar as respostas sozinho.

Como devemos fazer aos sermos bombardeados pelas perguntas:
Os pais devem encarar as perguntas com naturalidade, mesmo que as perguntas sejam difíceis ou embaraçosas. É preciso conhecer o seu filho para ajudá-lo, saber o que é possível responder...
Devemos sempre dar satisfações e tentar responder às perguntas dos nossos filhos, mesmo que não a tenhamos na ponta da língua. 
Se você não sabe o que ele quer saber exatamente, faça perguntas a ele sobre o assunto, para entender de onde a mesma surgiu e, assim, o que realmente está querendo saber.
No caso de não saber a resposta, assuma que também não sabe, diga que precisa pensar, pesquisar sobre o assunto e se ofereça a ajudá-lo a procurar em livros ou na internet - está aí uma ótima oportunidade de apresentar um bom modelo de pesquisador! 
Você pode resumir uma explicação ou simplesmente traduzi-la ao entendimento do seu filho.  Mas, não minta ou fantasie as respostas, porque os filhos percebem e podem começar a não procurá-lo para novos questionamentos. 
Procure dar respostas lúdicas e interessantes, pois elas podem aguçar a curiosidade do pequeno e estimulá-lo a procurar mais e mais respostas.

Lembre-se:
"Porque sim" e "Porque não", não são respostas!

Por que a gasolina é mais cara?


Após sairmos do posto de gasolina, Lipe pergunta:
- Mamãe, porque você sempre coloca álcool no carro?
- Para o carro andar.
- Não, mamãe, por que você não coloca gasolina?
- Ah, Lipe é que o álcool é mais barato.
- Por quê?
A mamãe aqui que achou que ele só queria uma re-afirmação e também estava com preguiça de entender o que ele realmente queria saber, para poder explicar, solta a pérola:
- O álcool é mais barato porque a gasolina é mais cara!
Após está afirmação ouvi choros, broncas e lamentações:
- Mamãe, você pensa que eu sou burro? Você não explica nada! Eu sou curioso!

Lógico que tive que acalmá-lo e começar uma "palestra" explicando sobre as diferentes origens de cada combustível, além do processo de fabricação, para então comparar e mostrar simplóriamente, a diferença de preço. Ainda tive que ouvir:
- Tá vendo, mamãe, é só me explicar que eu entendo!

De noite o Lipe ainda falou para o papai que ele precisava trocar de carro, com uma breve explicação sobre a diferença de preço dos combustíveis.

Me preocupo quando ele vem com essas perguntas... Não quero ficar aprofundando em assuntos que considero de difícil entendimento. É difícil saber o que eles realmente querem entender a partir de suas perguntas, mas quanto mais conhecemos nossos filhos, mais sabemos o quanto eles estão prontos para aprender algo novo e o que é pura "forçassão"  de barra...

domingo, 19 de setembro de 2010

A fase do heróis e fantasias

Essa fase tem ocorrido aqui em casa há mais de um ano e continua firme e forte. Em algumas épocas com mais intensidade, outras com menos, mas com a criatividade sempre inventando situações novas e mais elaboradas.

Deste modo, nos últimos meses, meu pequeno não tem usado outra roupa que não seja de um heroi com super poderes. Se o heroi conhecido não tiver algum poder que possa resolver um problema no meio da sua história inventada, ele mesmo inventa um novo objeto super poderoso e resolve tudo rapidinho! 



Isso deve acontecer com seu filhote, entre o segundo ano e terceiro ano de vida, quando passará a brincar de faz-de-conta, com brincadeiras paralelas ao mundo real e repletas de seres fantásticos. Exatamente na fase do desfralde, na qual a criança começa a assumir controle de seu próprio corpo. Nessa época surge na criança, uma ansiedade muito intensa e aflitiva, porque como qualquer ser humano quer que dê certo, cobra-se  a fazer como os adultos e aí vem a angústia de decepcionar a família que lhe são tão significativas e por quem ainda é tão dependente física e emocionalmente.


É nessa fase, também, que seu filho começará a expressar seus conflitos através do medo do escuro, de estranhos, de situações novas, do trovão, relâmpago, vento e outros temores que não devem ser encaradas como fobias.  A criança apenas encontra-se em um fase na qual se sente fragilizada diante de emoções desconhecidas e que não consegue dominar e compreender.


Deste modo, como o mundo real ainda lhe é difícil de ser assimilado e aceito, ela cria o seu próprio universo, onde tudo é possível e tem solução. É a fase do pensamento mágico e das projeções. Nesse seu universo habitam super-heróis, mitos, fadas e monstros, capazes de brincar com ela, bem como fazê-la rir, sentir medo e chorar e, acima de tudo, ajudá-la a se desenvolver.

Daí a necessidade de criar um universo só seu. Na sua lógica, se os super-heróis conseguem subjugar o mal, ela também consegue; ou seja, se eles resolvem seus conflitos, ela também pode fazê-lo. Esses pensamentos mágicos lhe dão um sentido de poder muito forte e contribui para diminuir a sensação de fraqueza e de impotência diante dos adultos.


Todas estas fantasias têm a função de equilibrar emocionalmente a criança, permitindo a elaboração e dissipação da angústia e o aplacamento da ansiedade. Funcionam, inclusive, como um processo de autodefesa e de auto-afirmação.

Através do faz-de-conta, a criança aprende também a entender o ponto de vista de outra pessoa, desenvolve habilidades na solução de problemas sociais e a torna mais criativa, acelerando seu desenvolvimento intelectual.

Esta é, portanto, uma etapa fundamental do desenvolvimento infantil, pois é através dela que a criança tenta elaborar seus conflitos e organizar simbolicamente o mundo real.


Como toda fase, um dia passa; para uns mais cedo, para outros mais tarde. Porém, é esperado que, por volta dos seis, sete anos de idade isso tenha terminado, uma vez que já terão se desenvolvido várias funções como a memória, a lógica e a inteligência.

Os pais não devem participar ativamente do imaginário mirim, nem incentivar ou reprimir. Com o tempo vai declinando de intensidade até desaparecer por completo, como se nunca tivesse existido. Geralmente coincide com um maior domínio da linguagem e com a abertura de novos caminhos para a descarga emocional da criança.